a revolução
dos tipos
doutorado
fauusp
1997 1999tipos clássicos
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John Baskerville (17061775)
era tido como excêntrico e irônico com as convenções,
tanto ele quanto seus desenhos de letras eram desaprovados por seus
pares. Viveu com uma mulher durante dezesseis anos antes de se casar
com ela, o que era censurado pela sociedade inglesa do século
XVIII. Construiu um mausoléu em sua propriedade para seus funerais,
em virtude da aversão, na época, à cristandade.
Seu trabalho foi verdadeiramente criado pelo amor ao ofício,
já que quase ninguém gostava de suas fontes ou impressões.
Entretanto, a benevolência de seus fornecedores beneficiou seu
trabalho. Mesmo desaprovado pela elite social, poucos poderiam argumentar
que seu trabalho não era perfeito.
A falta de clientes lhe proporcionou a oportunidade de experimentar
praticamente todos os aspectos da fundição de tipos
e de impressão. Empenhou-se primeiro em criar fontes, mas em
seguida percebeu que a tecnologia de impressão da época
não lhe permitia imprimir como desejava. Assim, explorou, mudou
e melhorou muitos aspectos do processo de impressão. Construiu
sua própria máquina de impressão, uma versão
aprimorada das disponíveis na época; desenvolveu sua
própria tinta, mais escura, mais macia e de secagem mais rápida.
Inventou uma máquina para prensar a quente as folhas impressas,
o que lhes dava um aspecto final muito suave. Tinha também
um pequeno moinho em sua propriedade para produzir um papel que atendesse
a seu alto padrão na qualidade de impressão. Por volta
de 1754, produziu um modelo para sua primeira impressão, o
livro Bucolics and Georgics
of Virgil, que concluiu em 1757. Considerado um tipo de transição,
as fontes de Baskerville fizeram a ponte entre o desenho do Old Style
produzido na renascença e os modernos, criados por Didot e
Bodoni.
Philippe Grandjean havia criado o tipo Roman du Roi no final do século
XVII, apresentando uma concepção diferente dos tipos
até então utilizados, pertencentes ao Old Style. Os
caracteres redondos ganharam um eixo perpendicular no lugar do eixo
inclinado do Old Style e as serifas eram mais planas e mais marcadas.
Essas mudanças influenciariam os desenhos dos tipos criados
por Baskerville.
O ressurgimento das fontes Baskerville deveu-se ao tipógrafo
americano Bruce Rogers. Em 1917, quando trabalhava como conselheiro
para a Cambridge University Press, encontrou os tipos em uma livraria
em Cambridge, que imediatamente reconheceu como sendo Baskerville.
Aquele tipo, outrora impopular, é hoje um dos mais populares
e largamente utilizados tipos com serifa. Está representado
em todas as bibliotecas de tipos e é usado nos mais diversos
tipos de aplicações gráficas. Tipo Berthold Baskerville:
em 1961, a equipe da Berthold Staff redesenhou a Baskerville, adicionando
novas espessuras e versões em itálico.
A fonte utilizada neste trabalho é
da Berthold, não dispúnhamos a da Baskerville Monotype. |
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