6.1   Força para o Desenvolvimento 6.2   Impactos sob Controle
6.3   Gerenciamento de Impacto Ambiental  
  A AES Uruguaiana mantém programas de monitoramento para garantir que as atividades da usina estejam
de acordo com as exigências dos órgãos reguladores, de forma a minimizar os impactos ao meio ambiente. Os monitoramentos avaliam os seguintes quesitos:
Águas Subterrâneas

A termoelétrica possui outorga para captação nos quatro poços instalados dentro da área da usina.
O monitoramento das águas subterrâneas, além de ser obrigação legal de licenciamento, configura-se de extrema importância, devido ao fato de a captação ser no Aqüífero Guarani, uma reserva estratégica de água doce que desperta interesse internacional em prol da sua conservação. A AES Uruguaiana extrai água do aqüífero para resfriamento em torre úmida, sendo que um volume residual dessa extração é vertido para a bacia do Rio Uruguai. EN20 | EN25 | EN29

Para acompanhar o comportamento da qualidade da água, a AES realiza uma análise trimestral dos
parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos dos poços. Há também dispositivos de medição on-line do nível da água e da vazão de captação dos poços, com alertas instantâneos para evitar ultrapassar o limite estabelecido para captação. Estes controles se justificam porque um intenso rebaixamento do nível do aqüífero poderia comprometer a sua recarga, refletindo, inclusive, em um potencial processo de salinização da água. Em 2005, o monitoramento das águas subterrâneas não registrou nenhuma irregularidade decorrente da operação da UTE. EN20
Referência: a outorga determina que o fluxo máximo de vazão de captação de água nos poços A, B e C
seja de 280 m³/h. O poço D tem outorga para 200 m³/h. EN5
Uso Eficiente da Água
  Ao final de 2005, a AES Uruguaiana projetou um estudo para viabilizar o reuso do efluente no processo
industrial e a redução do consumo de água das instalações, com a possibilidade de alterações no processo industrial, aquisição de equipamentos de controle de consumo mais eficientes e o uso de águas residuais. O desenvolvimento dos estudos e efetiva implantação do Programa de Uso Eficiente da Água estão vinculados à outorga dos poços concedida à AES Uruguaiana e será desenvolvido entre 2006 e 2008. EN22

Os investimentos em estudos e implantação previstos pela área de meio ambiente são de R$ 80 mil em 2006,
e de mais R$ 1 milhão até 2008.
Para Saber Mais
Aqüífero Guarani O sistema Aqüífero Guarani é considerado o segundo maior manancial de água doce subterrânea do mundo, estendendo-se pelo Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. A extensão do reservatório é aproximada em 1,2 milhão de km², sendo 840 mil km² localizados no território brasileiro (2/3 de sua extensão total), nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás. As reservas permanentes de água foram calculadas em 45.000 km³, o equivalente a 45 trilhões de metros cúbicos.

Menos de 1% da água doce disponível no mundo provém de fontes renováveis, fato que torna o Aqüífero Guarani uma reserva estratégica, que necessita urgentemente de políticas de proteção ambiental e combate à poluição. Um dos objetivos do programa que está sendo desenvolvido em conjunto pelas quatro nações que o compõem é justamente a criação de um marco de gestão legal e institucional, visando ao desenvolvimento sustentável do reservatório.

Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Ambiental e Agropecuária), o aqüífero tem recarga de 140 bilhões de metros cúbicos por ano, mas apenas 40 bilhões de metros cúbicos poderiam ser utilizados para que a sustentabilidade do lençol freático fosse mantida.
Águas Superficiais

A área da termoelétrica está sobre um divisor de águas, ficando ao centro de dois afluentes do Rio Uruguai.
A posição geográfica revela uma potencialidade de interferência nesses corpos hídricos, no caso de haver um grande vazamento de produtos químicos ou oleosos nas instalações. EN20

Além de manter um gerenciamento rigoroso dos produtos químicos utilizados nas atividades de geração,
a fim de evitar vazamentos, a AES Uruguaiana realiza análises periódicas para acompanhar o comportamento da qualidade da água e detectar quaisquer alterações e possíveis interferências na vida da fauna aquática. A análise trimestral abrange 36 parâmetros em 12 pontos amostrais, distribuídos nos três corpos hídricos que sofrem influência direta e/ou indireta dos efluentes da usina. O Rio Uruguai recebe os efluentes industriais da termoelétrica e os Arroios (córregos) Imbaá e Salso são os receptores da água de escoamento das precipitações pluviais. Em 2005, o monitoramento das águas superficiais não registrou nenhuma irregularidade decorrente da operação da UTE.
Efluentes

A AES Uruguaiana realiza o monitoramento da qualidade do efluente derivado das três correntes de geração
na UTE: tratamento da água, separador de água/óleo e sanitário. As amostragens em pontos de descarga do efluente são feitas conforme determinação do órgão ambiental, sendo encaminhadas para análise em laboratório terceirizado e licenciado. Em relação à periodicidade, o monitoramento é subdividido em contínuo (pH, temperatura e vazão), semanal (óleos/graxas minerais, vegetais e animais; Demanda Bioquímica de Oxigênio–DBO5; Demanda Química de Oxigênio–DQO; sólidos suspensos; sólidos sedimentáveis; cloro residual total e coliformes fecais) e mensal, este último abrangendo 43 parâmetros regulados pela Resolução Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) 357/2005. Em 2005, o monitoramento dos efluentes registrou no mês de dezembro alteração no parâmetro nitrogênio amoniacal. A investigação da causa desta alteração indicou a proliferação excessiva de algas resultante das condições climáticas atuais da região e do tempo de residência do efluente nas lagoas de resfriamento. EN12
Emissões Atmosféricas

Com a finalidade de monitorar os índices de emissão dos gases da UTE, foram instalados dispositivos de
medição on-line da qualidade das emissões, com alertas instantâneos de indicação de desvio nos padrões estipulados. O projeto da UTE contemplou um sistema de monitoramento contínuo das emissões de óxido de nitrogênio (NOx), gerado no processo de queima do combustível. Além disso, realiza semestralmente medições de material particulado.
Emissões de Óxido de Nitrogênio | NOx | EN10
Referência: O máximo de concentração de NOx permitido pelos padrões legais é 60,8 ppm (partícula por
milhão), ou 125 mg/m³ (como consta no licenciamento ambiental).

Em relação ao material particulado, o máximo de emissão permitido é de 50 mg/m³. Os relatórios das
emissões de material particulado da AES Uruguaiana ficaram comprometidos em 2005, devido às várias paradas na produção de energia por falta de fornecimento de gás natural da Argentina.

Em 2005, a AES Uruguaiana adquiriu um cromatógrafo, equipamento capaz de analisar a qualidade do gás
que é queimado na termoelétrica. O custo do aparelho foi de aproximadamente R$ 77 mil.
Ruídos

O ruído gerado pelos equipamentos da usina pode afetar a vida da comunidade circunvizinha, caso esteja
além dos padrões legais estipulados. A AES Uruguaiana realizou duas séries de monitoramento dos ruídos durante a construção da usina e duas quando o empreendimento já estava em operação. Como os resultados mostraram-se dentro dos padrões permitidos, a companhia somente fará as próximas medições mediante solicitação do órgão ambiental ou se houver reclamações por parte dos moradores do entorno da usina. Os ruídos presentes na área industrial, principalmente entre as turbinas, impactam diretamente os operadores, sendo necessário e obrigatório o uso de abafadores auriculares em toda a área industrial da UTE. EN14
Além dos programas de monitoramento, a AES Uruguaiana executa programas complementares, como forma
de minimizar o impacto socioeconômico ocasionado pela implantação do empreendimento. As iniciativas são descritas a seguir:
Educação Ambiental

O Projeto Pampa Charrua, desenvolvido em parceria com o Projeto Municipal de Educação Ambiental e o
Projeto Sarandeio das Águas (da CORSAN–Companhia Estadual de Saneamento) tem como objetivo desenvolver ações de vivências saudáveis com o ambiente natural e social, integrando a comunidade escolar (professores e alunos de escolas municipais, estaduais e particulares). Entres os temas a serem difundidos estão a questão energética, tecnologias limpas, saúde, segurança, uso sustentável dos recursos naturais e da energia, entre outros.

A iniciativa vem sendo desenvolvida desde 1999. Em 2005, semelhante a 2004, o tema abordado foi “Vida
Saudável na Terra”, sendo realizadas as seguintes ações:
– Seminário de formação continuada de professores e alunos em Educação Ambiental: “Vamos cuidar do Brasil com as escolas”, com 100 participantes.
– Dia D—com duas palestras “Educação Ambiental e o Cotidiano Escolar” e “Educação Ambiental e a Interdisciplinaridade”, totalizando 680 participantes.
– ECOARTE—39 apresentações artístico-culturais, abrangendo 33 escolas.
Reflorestamento Bem-Sucedido

A AES Uruguaiana efetuou o plantio de 15 mil mudas de espécies nativas, totalizando 8,4 hectares de área,
a fim de compensar o corte na vegetação para a instalação da linha de transmissão de 230 kV entre a usina termoelétrica e a subestação Alegrete 2. O local escolhido foi a área localizada ao lado da usina termoelétrica. EN6

A legislação ambiental exige o plantio de 15 mudas para cada árvore cortada, o que totalizou 13.365 árvores,
em área de 5,5 hectares, até dezembro de 2003. Durante quatro anos—de 1999 a 2003, a companhia fez várias tentativas de plantio, enfrentando muitas dificuldades em relação ao perfil do solo, temperatura da região, entre outros aspectos. Após tomar vários cuidados, como a seleção das espécies melhor adaptadas e a recomposição das cercas danificadas para evitar a entrada de animais, o reflorestamento obteve sucesso. A AES Uruguaiana atingiu com sobra o número requerido pela medida compensatória. Esta condicionante obteve, em março de 2004, anuência (aprovação) do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul.

Apesar dos problemas enfrentados, o programa de reposição florestal obteve resultados positivos para a
companhia, no sentido de aprendizado para o desenvolvimento de novas ações no futuro, enraizadas no conceito de responsabilidade socioambiental.
Área Reflorestada poderá virar Jardim Botânico
A área com 15 mil mudas plantada pela AES Uruguaiana pode tornar-se o primeiro Jardim Botânico
Municipal de Uruguaiana, local com potencial de lazer da comunidade e incentivo à educação e pesquisas referentes à conservação do meio ambiente.

No projeto, ainda em estudo pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Prefeitura Municipal,
a termoelétrica cederia o local em forma de doação ou comodato— empréstimo gratuito que deve ser restituído no tempo convencionado. A responsabilidade e os recursos financeiros para a coordenação e manutenção da área ficariam sob responsabilidade da prefeitura. A AES Uruguaiana investe nessa parceria, como uma rica oportunidade de aprimorar sua integração com a comunidade.
Unidade de Conservação | EN27
Devido à construção da UTE e em cumprimento à Resolução do Conama 02/96, a AES Uruguaiana
comprometendo-se em destinar recursos de compensação ambiental à Unidade de Conservação (UC) Parque Estadual do Espinilho, no município de Barra do Quaraí (RS). Para a execução e gerenciamento das medidas propostas em um plano de ação, foi firmado um Termo de Compromisso entre a AES Uruguaiana e a SEMA/RS, sob intervenção do IBAMA/DF.

O Parque Estadual do Espinilho foi criado em 1975 com uma área aproximada de 276 hectares, sendo
posteriormente ampliado para 1.617,14 hectares, em 2002. A falta de regularização fundiária da UC dificultou a proteção efetiva do local ao longo dos anos. Com investimentos superiores a R$ 2,5 milhões até o final de 2006, a AES Uruguaiana irá contribuir com a implementação efetiva do parque, cumprindo com o objetivo de proteção da formação vegetal composta por espinilhos (Acacia caven) e inhanduvaís (Prosopis nigra e Prosopis affinis), espécies de ocupação restrita ao extremo sudoeste do Rio Grande do Sul, bem como a outras espécies da flora e fauna do ecossistema local. A Unidade de Conservação também tem a finalidade de proteger os recursos hídricos; promover a conscientização sobre a importância da preservação da biodiversidade e dos recursos naturais; favorecer o ecoturismo e o lazer, promovendo o uso sustentável dos recursos. O manejo do parque é realizado pelo Estado, com o auxílio constante da fiscalização da Patrulha Ambiental da região.