Receita
Operacional
Em 2005, a receita operacional bruta atingiu R$
11.153,7 milhões, montante
11,8 % superior
ao registrado no ano anterior. O melhor desempenho
reflete
o reajuste tarifário médio
de 2,12 %, em vigor desde 4 de julho, que,
em conjunto
com a conclusão do processo de revisão
tarifária de 2003,
responsável por
uma receita adicional de R$ 106,9 milhões,
proporcionaram
acréscimo de 8,8 % na receita
com fornecimento de energia elétrica.
Também contribuiu para a evolução
positiva da receita operacional no exercício
a elevação do consumo total (clientes
cativos e livres) em 1.156,5 GWh,
o que representa
aumento de 3,3 % em relação a 2004.
Adicionalmente,
a Companhia registrou em 2005 forte
crescimento da receita com suprimento
de energia
elétrica, que passou de R$ 1,9 milhão
em 2004 para
R$ 62,0 milhões em 2005.
Esse
aumento é reflexo da introdução
do
Mecanismo de Compensação de Sobras
e
Déficits (MCSD), que permite a cessão
a outras distribuidoras ou
a devolução
a geradoras de sobras de energia
adquirida em leilões.
Receita
Líquida R$
Milhões |
CAGR +9%
Receita
Operacional Bruta R$
11.153,7 Milhões |
%
Em
2005, as receitas operacionais
líquidas da AES Eletropaulo
acumularam
R$ 8.296,8 milhões,
quantia 12,2 % superior à registrada
em 2004.
Além dos fatores
mencionados anteriormente,
também colaborou para
esse crescimento a reversão
de deduções da
receita bruta no segundo trimestre
de 2005, no valor R$ 72,0 milhões,
referentes a questionamentos
judiciais
do pagamento de PIS/PASEP.
Custos
Operacionais
Os custos operacionais em 2005 apresentaram crescimento
de 5,8%,
totalizando R$ 5.615,1 milhões.
Um dos principais fatores de pressão
foi
o aumento de 4,4 % no custo de compra de energia
elétrica para revenda.
O custo com a compra de energia por meio do contrato
bilateral com a
AES Tietê teve crescimento
de 73,8 % em relação a 2004,
refletindo
o aumento do volume e do preço da energia.
O volume adquirido por meio desse contrato cresce
25% por ano,
desde 2002, e a tarifa foi corrigida
em julho de 2005, com base no IGP-M,
passando de
R$ 123,91/MWh para R$ 132,73/MWh. Adicionalmente,
os encargos
de uso do sistema de transmissão
e distribuição tiveram elevação
de 13,1 %.
Por outro lado, o volume dos contratos iniciais
de fornecimento de energia,
desde 2002, vem sendo
reduzido em 25 % a cada ano. Com isso, houve decréscimo
de 47,9 % no valor despendido com esses contratos,
apesar do reajuste tarifário médio
de 9,6 % em julho de 2005.
Nos encargos com o uso do sistema de transmissão
e distribuição,
a
Companhia registrou
elevação de 13,1 % no ano, resultado
do reajuste de 11,8 %
nas tarifas da rede básica
e das despesas com a amortização
da CVA de encargos
de serviços do sistema
(ESS), que registrou aumento de 45,6 % em relação
a 2004.
O efeito negativo desses aumentos foi amenizado
com a redução do custo anual
de
conexão
em 20,8 %, a partir da redução da
Receita Permitida de Conexão para a CTEEP.
Despesas
Operacionais
As despesas com vendas somaram R$ 768,9 milhões
em 2005,
o que representou aumento de R$ 537,4
milhões em relação ao ano
anterior.
Essa elevação foi decorrente
da variação da conta provisão
para
créditos de liquidação
duvidosa (PCLD), que passou de R$ 210,2 milhões,
em 2004, para R$ 746,5 milhões no ano seguinte,
em razão:
1| Da
decisão de realizar
provisão
referente à Confissão de Dívidas
assinada
pela
Prefeitura Municipal de São
Paulo, do período de 1996 a 2003.
Como a
primeira parcela do Instrumento de Acordo de Pagamento
firmado
com a Prefeitura Municipal de São
Paulo, vencida em 31/08/2005,
não foi honrada
e considerando a falta de perspectiva de retomada
das
negociações bilaterais e da expectativa
de longo prazo para a conclusão das
providências
judiciais já tomadas, a AES Eletropaulo
provisionou integralmente
os valores remanescentes,
num total de R$ 346,4 milhões.
2| Do provisionamento de R$ 176,9 milhões
em decorrência dos
Ofícios Circulares
da Aneel nº 2.212, de 20 de dezembro de 2005,
e nº 074,
de 23 de janeiro de 2006,
que
alteraram
as regras para a remuneração da
Recomposição
Tarifária Extraordinária (RTE),
o
que gerou, em contrapartida,
uma receita de atualização
financeira adicional para a
empresa
no valor de
R$ 121,8 milhões, porém com baixa
expectativa de recebimento efetivo.
Portanto, o
impacto no resultado foi de R$ 55,1 milhões.
As despesas gerais e
administrativas acumularam R$ 217,2 milhões,
o que
representou acréscimo de 5,5 % no ano.
A alta está diretamente relacionada
ao
aumento
de 17,8 % nas despesas com serviços de terceiros,
que refletiu
a gradativa
intensificação
do processo de corte e religa, em atendimento
ao
plano de combate a fraudes.
No grupo outras despesas
operacionais, houve elevação
de 46,8 %
(passou de R$ 596,2 milhões, em
2004, para R$ 875,2 milhões, em 2005), resultado:
1| Dos
aumentos de 22,9 % e 27,3
% na Conta de Consumo
de
Combustível (CCC)
e
Conta de Desenvolvimento
Energético (CDE), respectivamente, explicados
pela aplicação
das novas quotas tarifárias
estabelecidas pela Aneel, que entraram em vigor
em
4 de julho de 2005, data do reajuste tarifário
da AES Eletropaulo;
2| Das
elevações
de despesas de CVA com
CCC e CDE, decorrentes,
entre outros fatores,
do início da amortização do
ativo regulatório correspondente ao ciclo
2004/2005,
também ocorrido em julho; e
3| Da
alteração
na regra de contabilização
para o registro das despesas relacionadas
aos Programas
de Eficiência Energética e Pesquisa
e Desenvolvimento, estabelecida pela
Resolução
Normativa da Aneel nº 176, de 28 de novembro de
2005, que gerou aumento
de R$ 54,0 milhões
nas despesas operacionais do ano.
LAJIDA
(EBITDA) Ajustado
A geração operacional de caixa medida
pelo LAJIDA (lucro antes dos juros, impostos,
depreciação
e amortização) atingiu R$ 1.116,8
milhões em 2005, com redução
de 15,5 %
em comparação a 2004. Esse
decréscimo reflete o crescimento de 80,1
% nas
despesas operacionais, oneradas por eventos
não recorrentes,
conforme detalhado anteriormente.
O LAJIDA ajustado de 2005 somou R$ 1.933,4 milhões,
ante R$ 1.722,7 milhões em 2004,
o que equivale ao crescimento de 12,2 %. O LAJIDA ajustado de 2005 levou em conta
as seguintes correções:
Resultado
Financeiro
Em 2005, o resultado financeiro líquido,
considerando-se as demonstrações
da
empresa controladora, registrou despesa de R$
358,1 milhões, comparado a
uma despesa financeira
líquida de R$ 549,1 milhões, em 2004.
Nas demonstrações consolidadas, o
resultado líquido apresentou despesa de
R$ 368,2 milhões no ano, montante também
inferior aos R$ 504,0 milhões
apurados em
2004. As demonstrações consolidadas
espelham com
maior
fidelidade
o resultado financeiro
da Empresa, por anular os encargos da dívida
de R$ 1.357,6 milhões que a AES Eletropaulo
tem com sua controlada,
a Metropolitana Overseas
II Ltd.
Considerando o resultado financeiro ajustado, que
reclassifica a despesa
com a Fundação
Cesp (Confissão de Dívida IIA) contabilizada
como gastos
com pessoal dentro do grupo de despesas
operacionais, pela sua real natureza,
para uma
despesa financeira, o resultado financeiro líquido
do exercício
encerraria o ano com uma despesa
consolidada de R$ 414,6 milhões,
30,0 % inferior
aos R$ 592,2 milhões registrados em 2004.
O aumento das receitas financeiras foi o principal
responsável pelo
melhor desempenho financeiro
em 2005. No exercício, as receitas
financeiras
consolidadas acumularam R$ 690,5 milhões,
com acréscimo de 42,8 % em relação
a 2004.
Esse resultado foi influenciado pelas alterações
de regras para
a remuneração da Recomposição
Tarifária Extraordinária (RTE),
estabelecidas
pelos Ofícios Circulares da Aneel nº 2.212,
de 20 de dezembro de 2005, e nº 074, de 23 de janeiro
de 2006,
o que gerou uma receita financeira adicional
de R$ 121,8 milhões
para a AES Eletropaulo.
No entanto, considerando a
atual regulamentação
setorial que restringe o prazo de recuperabilidade,
a Empresa optou por provisionar integralmente o
valor
na conta de provisão para créditos
de liquidação duvidosa (PCLD).
Também contribuíram para o aumento
das receitas financeiras a elevação
das taxas de juros – a taxa média
anual de CDI evoluiu de 16,2 %, em 2004,
para 19,1 %,
em 2005 – e o recebimento do Banco Nacional
de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
em janeiro de 2005,
da terceira parcela do empréstimo
do racionamento,
no valor de
R$ 243,3 milhões.
Tal parcela ampliou a base do ativo regulatório
constituído em razão da Recomposição
Tarifária Extraordinária (RTE)
sobre
a qual a Selic é aplicada.
As despesas financeiras consolidadas somaram R$
1.058,8 milhões no ano,
com acréscimo
de 7,2 % em comparação a 2004, em
grande parte devido à
elevação
de 38,8 % na conta “variação
monetária em moeda nacional”,
que
registrou uma despesa de R$ 530,8 milhões
no exercício.
Tal variação é explicada
pela alteração na correção
da conta de Energia Livre
em razão dos Ofícios
Circulares da Aneel nº 2.212 e nº 074 de 23 de
janeiro de 2006,
mencionada anteriormente; e pela
apreciação do real em relação
ao dólar de 11,8 %
em 2005, comparada à valorização
de 8,1 % em 2004.
A maior apreciação do Real com relação
ao ano anterior também gerou
aumento de
52,5 % na despesa de tradução das
demonstrações de controlada,
devido à apropriação
dos resultados da Metropolitana Overseas II Ltd.
nas demonstrações financeiras da
AES Eletropaulo. Por outro lado,
a valorização
do real proporcionou crescimento de R$ 45,5 milhões
na
receita proveniente de Variação
Monetária em Moeda Estrangeira,
que totalizou
R$ 150,8 milhões.
A reversão de R$ 98,0 milhões no
segundo trimestre de 2005, referente a
questionamentos
judiciais do pagamento de PIS/PASEP, baseado em
parecer legal,
contribuiu para suavizar o impacto
do aumento das despesas financeiras do ano.
Itens
Extraordinários
Desde 2002, a AES Eletropaulo faz o reconhecimento
contábil do passivo atuarial
não
registrado com a Fundação Cesp, apurado
em 31 de dezembro de 2001,
no montante de R$ 2.431,3
milhões. A Companhia, amparada pela
Deliberação
CVM nº 371/00, optou por reconhecer essa quantia
em
um período de cinco anos, em parcelas
de um quinto do total a cada exercício fiscal,
no valor bruto de R$ 486,3 milhões ao ano,
contabilizados como “Itens Extraordinários”.
Em 2005, foi registrada uma despesa líquida
de imposto de renda e contribuição
social
de R$ 340,9 milhões. O reconhecimento
desse passivo, que não representa
efeito
imediato sobre o caixa, termina no ano de 2006.
Resultado
Líquido
Como reflexo dos fatores descritos, o resultado
final da AES Eletropaulo em 2005
apresentou prejuízo
de R$ 184,4 milhões, ante um lucro de R$
5,6 milhões em 2004.
Fluxo
de Caixa
Evolução
do Saldo de Caixa | 2004
/ 2005
R$ Milhões
Endividamento
Em 2005, a AES Eletropaulo manteve sua estratégia
financeira de alongar prazos e
reduzir o custo
médio da dívida com bancos credores.
A readequação do perfil do
endividamento,
concluída em março de 2004, permitiu
o saneamento das situações de
inadimplemento,
normalizou o pagamento de seus compromissos e
melhorou
os indicadores de crédito da Empresa ao
longo do ano.
Durante o exercício, a AES Eletropaulo realizou
três captações nos
mercados
nacional e internacional. Do total captado, 78
% foi utilizado
para o pré-pagamento de 58 %
da dívida com bancos credores, conforme
segue:
— Em 28 de junho de 2005, foi concluída a emissão de R$ 474,0
milhões
em títulos no mercado externo, denominados em reais (Euro
Real Bonds).
Desse montante, 50 % dos recursos destinaram-se ao pré-pagamento
da
dívida com bancos credores.
— Em 27 de setembro de 2005, a Companhia concluiu a 8ª emissão de
debêntures,
no valor de R$ 800,0 milhões, dentro do programa de
R$ 1.500,0 milhões,
aprovado pela CVM. Ao todo, 90 % do volume captado
foi utilizado para pré-pagamento.
— Em 26 de dezembro de 2005, dentro do mesmo programa, a Companhia concluiu
a 9ª emissão de debêntures, no montante de R$ 250,0 milhões,
dos quais
90 % foram utilizados para pré-pagar bancos credores.
A substituição da dívida renegociada
em 2004 pelas novas dívidas permitiu
reduzir
o custo médio (de 105,6 % do CDI, em dezembro
de 2004, para 100,7 % do CDI,
em 2005) e alongar
o prazo médio do endividamento total de
2,86 anos para 3,69 anos.
BONDS
(Junho 2005) Principal – R$
474 Milhões Prazo – 5
Anos Taxa
de Juros – 19,1
% a.a. Juros
e Amortizações Amortização
no Vencimento Juros
Semestrais
Debêntures
8ª Emissão
(Setembro 2005) Principal – R$
800 Milhões Prazo – 5
Anos Taxa
de Juros – CDI +
2,9 % a.a. Juros
e Amortizações Juros
Semestrais 23
Meses de Carência Amortizações
Anuais
Debêntures
9ª Emissão
(Dezembro 2005) Principal – R$
250 Milhões Prazo – 8
anos Taxa
de Juros – CDI +
2,5 % a.a. Juros
e Amortizações Juros
Semestrais 71
Meses de Carência Amortizações
Anuais
Além
das captações,
a AES Eletropaulo recebeu,
em 11 de janeiro de 2005,
os
recursos da terceira parcela
do contrato de financiamento
firmado com o BNDES,
relativo às
perdas do racionamento, no
valor de R$ 243,3 milhões.
Desse montante, 75,8 % também
foram utilizados para pré-pagar
a dívida com bancos
credores.
De acordo com o perfil atual da dívida da
AES Eletropaulo, 89,2 % dos compromissos
estão
atrelados a taxas variáveis, sendo 42,3%
corrigidos pela Selic.
Com a tendência decrescente
da taxa de juros no Brasil, a Companhia espera
ter
um benefício em suas demonstrações
financeiras futuras.
Dívida
Total
%
A
exposição à variação
monetária foi reduzida.
A parcela da dívida
vinculada à
moeda estrangeira
cedeu de 17,0 % do total, no
final de 2004, para 6,0 %
no
encerramento do exercício
de 2005. Dessa parcela, 84,9
% estavam protegidos
de variações
cambiais por meio de operações
de hedge financeiro e dólares
em caixa.
Perfil
de Vencimento da Dívida
31/dez/05
Hedge
%
Ao
final do exercício,
o saldo total de empréstimos
consolidados da AES Eletropaulo
somava R$ 5.075,3 milhões
(incluído o passivo
com a Fundação
Cesp),
o que representa redução
de 3,9 % em relação à posição
de 31/12/2004.
Desse montante,
R$ 350,1 milhões correspondem
ao saldo remanescente da dívida
renegociada em 2004, originalmente
de R$ 2,3 bilhões.